Já leram algum livro e pensaram que ele combina com alguma estação do ano?
Bom, eu já, e acredito que muitos de vocês também já tiveram essa sensação. E é sobre isso que vamos conversar um pouquinho no post de hoje!!
O uso das estações como cenário de alguma obra não é de hoje, cada uma marcante a sua maneira, transmitindo e canalizando sensações diferentes para o espectador. Se o autor for bom no que está fazendo, saberá usar dessas exclusividades de cada época para enriquecer e fazer com quem esteja consumindo a obra, mergulhe fundo nas emoções e na história.
Essa ideia começou anos atrás, sendo frequentemente utilizada em obras visuais, e com o passar dos anos foi adaptada e popularizada para as outras formas de arte, como cinema e literatura -que é o nosso foco aqui-. É também um conceito usado no estudo da semiótica, sendo apresentado também em um “quadrado semiótico”. Um diagrama usado para a análise e relação entre signos (Associação entre um significado e um significante, que são entidades abstratas.

Entramos agora no outono, do latim autumnus que significa “amadurecer” ou “época da colheita”. Estação favorita de muitos, com climas temperados que transitam entre o quente e úmido do verão, e o frio do inverno. Marcado pelas folhas em tons dourados e vermelhos, poucas chuvas, dias curtos e uma alta na frutificação.
Levando para um lado mais psicológico, podemos dizer que é a estação da mudança, usada para trabalhar temas de desenvolvimento pessoal, maturidade, introspecção, colheita de resultados. Um clima ao mesmo tempo melancólico, mas também acolhedor, onde possui o calor do verão mas o frio do inverno coincidindo em um mesmo espaço.
Quando comecei a escrever esse tema, o primeiro livro que me veio a cabeça foi “O Nome do Vento” de Patrick Rothfuss, além da capa já apresentar toda a estética, com cores terrosas caminhando entre o amarelo, marrom e laranja, a história é ao mesmo tempo empolgante porém com um grande ar de melancolia que envolve o protagonista. O foco narrativo está trabalhando com emoções conflitantes e as fortes emoções e sentimentos dos personagens, a história passe por diversas estações diferentes, sempre transicionando entre si e entrelaçando com a narrativa principal.
Agora, quando se fala em filme, dificilmente poderia ser outro além de “A Sociedade dos Poetas Mortos” dirigido por Peter Weir e roteirizado por Tom Schulman, é uma obra com diversas camadas, e as estações foram usadas como recurso narrativo para ajudar a contar a história dos personagens, porém a maior parte de filme ocorre no outono, e durante esse período é visto um momento de mudança na forma que os meninos agem, pensam e significam suas vidas, sendo guiados pelo professor John Keating. Porém, o outono não dura para sempre, logo chega o inverno, e com ele a tragicidade -não entrarei a fundo, porém quem sabe sabe-.


Essas duas obras trabalham muito bem o clima que querem transmitir para o espectador, e com certeza a estação, o cenário que é apresentado tem grande peso narrativo. Compartilhem obras em que essa estação possui seu momento de brilhar!!
Com carinho, até a próxima.
