Segunda Lei de Sanderson- Limites > Poderes (Limitações são melhores que poderes)
Hoje vamos continuar nossa sequência sobre sistemas de magia, mais especificamente, as Leis de Sanderson (Sanderson Laws).
Como o próprio diz em seu blog, essas leis não são absolutas, a melhor lei é a que funciona para você, essas são apenas dicas que ele utiliza em suas histórias (não podemos negar que trazem um bom resultado).
Em seu post no blog, Brandon cita algo interessante sobre as limitações: “A originalidade, pelo que percebi, não vem com tanta frequência com o poder em si, mas sim com a limitação.”
Aqui ele diz basicamente que o poder em si não é o que importa, mas sim como ele será limitado, por exemplo, quantas obras não utilizam a magia elemental como base? Temos séries animadas, como Avatar a lenda de Aang e Vox Machina, livros como A Roda do Tempo e Percy Jackson… Com certeza existem muitos que não citei aqui, mas mesmo eles tendo esse detalhe em comum, possuem limitações, consequências e usos completamente diferentes.
Em Avatar apenas uma pessoa escolhida aleatoriamente em cada nação, seguindo um ciclo, pode “dobrar” os quatro elementos, e se morrer em seu estado de maior poder esse ciclo encerra. Em a Roda do tempo, é necessário “tecer” diferentes padrões para usar a magia, porém, quanto mais se usa a magia, mais o personagem enlouquece. Em Vox Machina, a personagem Keyleth, uma Ashari do ar, passa por um rito de passagem repletos de desafios, assim, adquirindo outras formas elementais, e se esse rito não for completado, ela não pode assumir a liderança de seu povo, além de desonrar a si mesma e o legado de sua família.
Percebam que novamente existe um padrão nesses exemplos, os personagens possuem objetivos (salvar o mundo, lutar, liderar), mas sempre existe um porém, ou seja, aquela magia possui um custo, e uma consequência para quem usa, ou pretende usar.
Em resumo, Brandon divide esses aspectos mais “técnicos” em: Limitações, Fraquezas, Custos e Outros.
LIMITAÇÕES: “Essas são coisas que, por uma razão ou outra, a magia simplesmente não consegue fazer.”
Um exemplo dessas limitações é na saga de Harry Potter, por mais que as magias e poções sejam variadas, elas não podem fazer alguém se apaixonar por outra pessoa, criar dinheiro e comida do nada e reviver os mortos.
FRAQUEZAS: “São coisas que os inimigos podem explorar – em vez de serem coisas que o poder não pode fazer, são coisas às quais o poder é vulnerável.”
Em Percy Jackson, essas fraquezas são trabalhadas de uma forma interessante, os chamados defeitos fatais, esses não são nada mais que falhas de caráter, ou de decisão.
Essa ideia foi baseada na mitologia grega -chamados também de Hamartia- onde, grande parte das histórias gira em torno do defeito fatal de algum dos envolvidos.
Podemos fazer um paralelo entre Annabeth e Odisseu.
Ambos são reconhecidos pela inteligência, e possuem o mesmo defeito fatal: A Arrogância. Odisseu por um ato de vaidade diz seu nome para o ciclope Polifemo ao sair da ilha, assim, assumindo a responsabilidade pela morte do mesmo e atraindo a fúria de Poseidon.
(SPOILER A MARCA DE ATENA)
Já Annabeth demonstra esse defeito em A Marca de Atena, após zombar da deusa Aracne, por isso, a deusa abre o chão, fazendo com que Annabeth e Percy caiam no Tártaro. -Cena desesperadora inclusive-
CUSTOS: “Usar a magia, ou estar associado a ela, tem um custo, seja ele abstrato (enlouquecer) ou concreto ( necessita de algo para realizar a ação, sem ele essa ação não é possível)”
Aqueles que jogam RPG já devem estar acostumados com essa categoria, o exemplo mais prático que consigo lembrar, é em Ordem Paranormal onde o uso da “magia” possui um custo, se o personagem falhar na rolagem de dados, aos poucos os pontos de sanidade são retirados, até enlouquecer. Ou, se usar indevidamente o poder pode ter outros danos, como a cegueira (quem sabe sabe).
Outra forma é usada em Mistborn -Série de livros do próprio autor-, aqui os alomânticos são OBRIGADOS a consumir e queimar os metais referentes às suas habilidades, se isso não for feito, simplesmente não poderão usar os poderes.
OUTROS: Como as categorias anteriores não são abrangentes, elas podem se misturar e criar outras. Depende da imaginação do autor.
Neste tópico, Brandon diz basicamente para você soltar a imaginação, e fazer perguntas sobre como seu sistema funciona, vou listar algumas delas para vocês.
- Como se obtém acesso à magia?
- Como a magia é alimentada?
- O que alimenta essa magia?
- Com que frequência a magia pode ser usada?
Esse último tópico vai agradar mais aqueles que gostam de escrever histórias, campanhas de rpg ou personagens. Lembrando que são dicas, para forçar você, escritor, a atingir seu melhor.
Todo o material foi retirado do próprio blog do autor, só clicar aqui e será direcionado para o conteúdo original.
É isso, até a próxima!!!