Entrando novamente na análise literária das irmãs March, hoje trago para vocês a análise de Meg March. Uma personagem querida por grande parte dos leitores de “Mulherzinhas”, muitos a entendem e compreendem suas escolhas, assim como outros pensam exatamente como Jo: um desperdício de talento por uma vida doméstica. Mas será que isso é, de fato, um problema? A escolha de uma mulher querer se casar e ter filhos? Isso seria uma escolha dela ou da sociedade? Vamos adentrar um pouco nesse assunto no post de hoje.
É importante relembrar que “Mulherzinhas” se passa durante o século XIX, em que o casamento, ter filhos e escolher uma vida “doméstica” eram destinos naturais para as mulheres. Além disso, a vida doméstica era, para muitas, uma obrigação, não uma escolha.
Louisa May Alcott nos mostrou, em “Mulherzinhas”, diferentes visões de futuro pelas perspectivas das irmãs March: Jo buscando por sua independência criativa, Meg buscando por estabilidade familiar, Beth prezando pela família e Amy pela ascensão social e artística. De algum modo, Alcott apresenta a percepção de Meg mais como uma escolha própria e não como uma imposição.
Meg March é a irmã mais velha, responsável e dedicada, focada no dever e no afeto pela família. Desde o início da história, podemos perceber na personagem o desejo por ter sua própria família, viver um grande amor — como o dos pais — e ter o seu próprio lar. Seu casamento com John Brooke — tutor de Laurie — não é motivado por conveniência social ou financeira, até porque ele não tem nenhuma dessas características, mas, sim, por amor e afinidade, o que diferencia esse relacionamento de outros daquela época, muitas vezes definidos por interesses econômicos.
Gosto de lembrar que Meg não renuncia à sua vida própria, como pensa a personagem Jo. Ela apenas escolhe o caminho que sempre desejou e que foi mais significativo para si mesma — decisão tão respeitosa e legítima quanto a de Jo ou a de Amy. Alcott mostra, na trajetória de Meg, que a autonomia feminina também está no poder de decidir seguir um papel “tradicional”, desde que seja por vontade própria.
Porém, na escolha de Meg, também vemos as dificuldades de uma vida doméstica simples: as limitações financeiras, o cansaço e a cobrança. Para Meg, o lar não é apenas algo idealizado; ele exige esforço emocional e físico para se manter. A personagem passa por momentos de frustação, mas encontra caminhos para reafirmar sua decisão.
Meg March representa mulheres que encontram sentido no cuidado da casa e da família, não por submissão, mas por escolha. A trajetória de Meg nos mostra que existem muitas formas de realização, e que todas podem ser válidas quando partem de um desejo genuíno e pessoal.
A personagem é, muitas vezes, vista como a irmã mais “convencional” — o que, de fato, é. Sua escolha por uma vida doméstica não significa abrir mão da individualidade, mas afirmar que o lar, o casamento e a maternidade também podem ser espaços de realização pessoal, quando vividos de forma consciente e desejada. Ao lado das outras irmãs March, Meg compõe o mosaico que Louisa May Alcott constrói sobre o que significa ser mulher, mostrando que não há um único caminho certo, mas sim a liberdade de poder trilhar o próprio.
Espero que tenham gostado da análise de hoje. Até a próxima!
É importante relembrar que “Mulherzinhas” se passa durante o século XIX, em que o casamento, ter filhos e escolher uma vida “doméstica” eram destinos naturais para as mulheres. Além disso, a vida doméstica era, para muitas, uma obrigação, não uma escolha.
Louisa May Alcott nos mostrou, em “Mulherzinhas”, diferentes visões de futuro pelas perspectivas das irmãs March: Jo buscando por sua independência criativa, Meg buscando por estabilidade familiar, Beth prezando pela família e Amy pela ascensão social e artística. De algum modo, Alcott apresenta a percepção de Meg mais como uma escolha própria e não como uma imposição.
Meg March é a irmã mais velha, responsável e dedicada, focada no dever e no afeto pela família. Desde o início da história, podemos perceber na personagem o desejo por ter sua própria família, viver um grande amor — como o dos pais — e ter o seu próprio lar. Seu casamento com John Brooke — tutor de Laurie — não é motivado por conveniência social ou financeira, até porque ele não tem nenhuma dessas características, mas, sim, por amor e afinidade, o que diferencia esse relacionamento de outros daquela época, muitas vezes definidos por interesses econômicos.
Gosto de lembrar que Meg não renuncia à sua vida própria, como pensa a personagem Jo. Ela apenas escolhe o caminho que sempre desejou e que foi mais significativo para si mesma — decisão tão respeitosa e legítima quanto a de Jo ou a de Amy. Alcott mostra, na trajetória de Meg, que a autonomia feminina também está no poder de decidir seguir um papel “tradicional”, desde que seja por vontade própria.
Porém, na escolha de Meg, também vemos as dificuldades de uma vida doméstica simples: as limitações financeiras, o cansaço e a cobrança. Para Meg, o lar não é apenas algo idealizado; ele exige esforço emocional e físico para se manter. A personagem passa por momentos de frustação, mas encontra caminhos para reafirmar sua decisão.
Meg March representa mulheres que encontram sentido no cuidado da casa e da família, não por submissão, mas por escolha. A trajetória de Meg nos mostra que existem muitas formas de realização, e que todas podem ser válidas quando partem de um desejo genuíno e pessoal.
A personagem é, muitas vezes, vista como a irmã mais “convencional” — o que, de fato, é. Sua escolha por uma vida doméstica não significa abrir mão da individualidade, mas afirmar que o lar, o casamento e a maternidade também podem ser espaços de realização pessoal, quando vividos de forma consciente e desejada. Ao lado das outras irmãs March, Meg compõe o mosaico que Louisa May Alcott constrói sobre o que significa ser mulher, mostrando que não há um único caminho certo, mas sim a liberdade de poder trilhar o próprio.
Espero que tenham gostado da análise de hoje. Até a próxima!