No Livro vs. Obra Cinematográfica de hoje, decidi fazer comparações entre o livro Daisy Jones & The Six (2019) e a série adaptada, inspirada no livro, pela Amazon Prime, lançada em 2023.
Daisy Jones & The Six é uma obra da escritora Taylor Jenkins Reid que narra a história de uma banda extremamente famosa nos anos 70, cujo fim repentino durante a turnê Aurora deixou os fãs sem entender os motivos. Apenas anos depois, por meio de uma produção em formato de entrevista — em que, até o final do livro, não sabemos exatamente quem está conduzindo a conversa —, os motivos que levaram ao fim da banda começam, enfim, a ser revelados.
Para começarmos, é necessário saber que tanto o livro quanto a série transitam entre o presente e o passado. O passado trata da formação da banda, dos membros, de suas relações e dos acontecimentos que culminaram em seu fim. Já o presente mostra os integrantes dando entrevistas sobre aquela época, pois, até então, ninguém sabia o que, de fato, havia causado a separação de Daisy Jones & The Six.
Podemos interpretar essa “entrevista” quase como um documentário da banda. Tanto no livro quanto na série, esses elementos estão presentes.
Uma das mudanças mais drásticas da série em relação ao livro é que, na adaptação, o sexto membro da banda é Camila Dunne — esposa de Billy Dunne —, que, embora tenha um papel importante no desenvolvimento da história original, acabou ocupando o lugar do verdadeiro sexto integrante: Pete Loving, que foi deixado de fora.
Além disso, há alterações significativas na forma como a relação entre Daisy e Billy foi retratada. Na série, assistimos a um momento específico em que os dois conversam a sós — cena citada no livro —, mas que, na obra original, é apenas sugerido que nada aconteceu romanticamente. No entanto, a adaptação mostra o primeiro beijo entre os dois de forma explícita.
Pessoalmente, tive sentimentos contraditórios em relação a essa mudança. Gostava da ambiguidade e do mistério sobre o que, de fato, havia ocorrido entre eles. No livro, é perceptível e assumido que, sim, ambos se apaixonaram mesmo estando em outros relacionamentos. A série, porém, elimina a dúvida que intrigava os leitores.
Outro ponto diferente é a briga entre Daisy e Simone — grande amiga da protagonista —, que aparece na série, mas não ocorre em nenhum momento no livro. Na história original, Simone sempre foi a âncora emocional de Daisy.
Algumas pequenas mudanças feitas na adaptação não impactam significativamente a narrativa adaptada, então não havia real necessidade de estarem presentes na série.
Ainda assim, considero essa uma das melhores adaptações literárias já feitas. Além das atuações — essenciais para a construção de uma boa adaptação —, os fãs foram presenteados com o mais aguardado: a produção das músicas da banda. Confesso que foi um verdadeiro presente. Todas as músicas, sem exceção, foram perfeitas e exatamente como podemos imaginá-las ao ler o livro.
Para viabilizar a produção musical, algumas letras foram modificadas. Por exemplo, em Regret Me, o trecho do livro diz: “And baby, when you think of me, I hope it ruins rock’n’roll”, enquanto na série ouvimos: “So go ahead and regret me, but I’m not easing up on this mic”. Essa música é direcionada de Daisy para Billy, após um momento que não é detalhado no livro — o possível beijo —, mas que é explicitamente mostrado na série.
Este livro e a série são incríveis. Declaro novamente meu amor pela escrita envolvente de Taylor Jenkins Reid. Graças a esse livro, tivemos uma excelente adaptação para as telas.
Leiam e assistam Daisy Jones & The Six. Prometo que não irão se arrepender!
Traduções:
- Regret me: se arrependa de mim.
- And baby, when you think of me, I hope it ruins rock’n’roll: E, querido, quando você pensar em mim, espero que isso estrague o rock’n’roll.
- So go ahead and regret me, but I’m not easing up on this mic: Então vá em frente e se arrependa de mim, mas não vou pegar leve com esse microfone.
Beijos e até a próxima!
