Autora: Roseni Aparecida.
Dezembro chegou e começa o momento nostalgia, lembranças que ficaram marcadas na memória e no coração.
Minha avó paterna chamava-se Linda, um nome sugestivo para o legado que deixou em mim. As festas de fim de ano eram em sua casa, construída em estilo colonial alemão, apesar de nossa descendência italiana. Tinha dois andares e adorávamos escorregar pelas escadas e vascular o sótão, recheado de livros antigos doados pelos mais abastados.
O cheiro de pães e bolos assados naquele forno caipira de barro, que eram colocados sobre o balcão antigo, permanece em minhas melhores lembranças. Tudo era feito em casa de forma artesanal e com a colaboração de todos. A conversa alta, as risadas e as histórias complementam a união e resplandecia o espírito natalino.
Aos poucos chegavam os parentes e começavam as comemorações: missa do Galo, Papai Noel entregando presentes, mesa farta de comida simples, aquele guaraná tão esperado que só era comprado no Natal. Era a perfeita felicidade para nós, os pequenos.
Hoje já não sou mais aquela criança e de repente me vejo querendo fugir do Natal. Compromissos com o trabalho até a véspera, preços exorbitantes, tudo tão artificial.
Então o verdadeiro sentido do natal encheu meu coração de alegria. A salvação que chegou com o nascimento de um menino, um dia tão distante, mas que ainda ecoa em cada badalada dos sinos natalinos.
E num passe de mágica meu Natal terá o sabor de minha avó, agradecendo tantos momentos bons vividos ao longo desses 365 dias Gratidão por ter os meus queridos ao meu lado e saber que os que já se foram participarão desse legado em cada sabor, cheiro e sensibilidade.
